“Certo homem tinha dois filhos. O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me toca. Repartiu-lhes, pois, os seus haveres. Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntando tudo, partiu para um país distante, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente...” Lucas 15:11-21, parábola do filho pródigo.
O provérbio popular “O filho pródigo a casa torna” é muito utilizado porém, pouco compreendido. A palavra pródigo esta associada aquele que despende mais do que é necessário ou conveniente; gastador, desperdiçador; perdulário, dissipador; esbanjador. Tendência particular da pessoa para despesas injustificadas e ruinosas fazendo gastos imoderados capazes de comprometer seu património.
A maioria das pessoas associa "pródigo" com algo positivo. Confundindo inclusive com "prodígio". Portanto, o filho pródigo seria o filho bom, saudoso, genial etc. Mas porque ele volta? Saudade? Se preocupa com a família? Infelizmente não. Ele volta porque ESBANJOU tudo que recebeu do pai como pagamento antecipado da herança. Essa é a definição perfeita de alguém sem educação financeira. O mais preocupante é que essa situação acontece com muita frequência e afecta muitas famílias.
A educação financeira dos filhos é uma tarefa fundamental que cabe às famílias para garantir maiores chances de sucesso dos filhos. Sem dúvida, assim como as habilidades académicas e profissionais são importantes, as habilidades financeiras são imprescindíveis nos dias actuais. Somente com educação financeira poderemos garantir que as decisões de investimento/gasto sejam feitas de forma racional em vez de serem determinadas por factores emocionais tais como a vaidade, ostentação, desejo e impulso.
Os desafios que se apresentam para grande parte dos países ainda subdesenvolvidos não serão alcançados sem investir na educação financeira que melhora a inteligência e a racionalidade dos agentes económicos. Actualmente, todos nós estamos a ser desafiados para aumentar a nossa literacia financeira e cada dia que passa tomamos consciência de que a forma como gastamos o nosso dinheiro é determinante da nossa condição futura e até sobrevivência como família ou nação.
Devemos ser capazes de combater a prodigalidade e a educação financeira é uma das poucas alternativas que temos para alcançar esse objectivo. A educação financeira tem como objectivo desenvolver a competência em lidar com o dinheiro, evitando atitudes precipitadas ou emocionais na hora de investir e permite exercitar a prudência e capacidade de resistência a chantagens emocionais de consumo.
Pouco conhecimento da população sobre assuntos financeiros e pouca maturidade em controlar os impulsos de consumo tem levado a má gestão de finanças pessoais e familiares e contribuído para o aumento de casos de famílias em situação na qual são incapazes de pagar suas dívidas com o rendimento familiar disponível
Neste contexto, é de todo interesse da nação se preocupar com a educação financeira da população, condição essencial para alcançar maior prosperidade de famílias, empresas e constitui um dos instrumentos mais eficazes no combate á pobreza.
Tendo em consideração que pouquíssimas pessoas tem consciência da sua má-educação financeira (e em muitos casos a situação é mais grave e pode ser classificada como “insanidade financeira”) a educação financeira cabe ao estado através de programas nacionais, nos moldes que é feito nos países já desenvolvidos que já incluíram o tema educação financeira nas escolas.
O filho pródigo pode ser no futuro um governante pródigo e multiplicar assim as probabilidades de causar um grande dano ao País. A visão do governo de ter uma nação inclusiva, justa e próspera deve passar necessariamente pela educação financeira da população e dada a importância desse tema, não deveremos deixar a educação financeira somente na responsabilidade da família pois, nem sempre existe clara consciência do problema.
Segue uma versão bem-humorada da parábola do filho pródigo que encontrei na net.
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