segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Primeiro Passo para Começar a Poupar – Orçamento

Texto interessante que encontrei na net, no site http://www.educacaofinanceira.info/.

Se você quer poupar dinheiro e não têm idéia por onde começar, sugerimos orçamento. Saber como definir um e, mais importante, como segui-lo, será algo que você precisará aprender se quiser ser bem sucedido.

1. Por Que Um Orçamento É Tão Importante?
O orçamento está na base de todo plano de como economizar dinheiro. Não importa se você está vivendo de salário mínimo ou ganha uma fortuna todo mês, você precisa de saber para onde está indo seu dinheiro.
Ao contrário do que muitos acreditam, o orçamento não é tudo sobre como restringir o que você gasta  ou cortar todos os prazeres de sua vida. É sobre  você entender quanto dinheiro você tem, para onde ele vai e como planejar e alocar melhor esses fundos.
Na superfície, parece que a criação de um orçamento é apenas um exercício financeiro extramente tedioso, especialmente se você acha que suas finanças estão em ordem. Mas você pode se surpreender com o quão valioso um orçamento pode ser. Um bom orçamento pode ajudar a manter seus gastos sob controle e até mesmo ajuda-lo a descobrir alguns problemas de fluxo de caixa.

2. Como Definir Um Orçamento
A parte mais difícil da criação de um orçamento é sentar e criar um. É como olhar para um pedaço de papel em branco quando você precisa escrever algo e que o primeiro passo parece ser um obstáculo enorme. Não se preocupe – este artigo quebra o processo em passos faceis de serem criados. Você será capaz de criar um orçamento básico em apenas alguns minutos.

3. Características De Um Orçamento Bem Sucedido
Apos criar um orçamento, agora você precisa segui-lo. Orçamento é como dieta. Todo mundo começa com boas intenções, mas depois de algumas semanas ou meses elas perdem controle. Não deixe que isso aconteça com você. Aqui estão algumas características básicas que garantirão o sucesso do seu orçamento.

4. Gastar Menos Do Que O Seu Orçamento Permite
A principal razão para criar um orçamento é ajudar você a manter suas finanças sob controle. Se você está se desviando do orçamento é porque você esta gastando muito dinheiro em alguma categoria. Mas se você tem um orçamento que lhe diz exatamente o quanto você pode gastar, porque você tem ido além? Há uma série de razões para isso. Quando você entender esses motivos, você podera colocar um fim nisso e manter o seu orçamento .

5. Use Dinheiro Vivo Para Manter Gastos Sob Controle
Usar cartão tornou-se incrivelmente fácil. Com os cartões de crédito e cartões de débito, você pode inicializar e finalizar  uma compra em segundos. Infelizmente essa comodidade tem um custo. Ao usar cartão de crédito podemos começar a perder o controle de quanto dinheiro está sendo realmente gasto. Um real aqui, dois lá podem não parecer muito no momento da compra, mas se você não tiver cuidado eles podem acumular e quebrar seu orçamento. Um truque para ajudar a manter seus gastos sob controle diário é usar o dinheiro em vez de cartões de crédito ou débito. Pode não ser tão rápido, mas isso ajuda a visualizar quanto dinheiro você está realmente gastando.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

10 dicas para chegar ao final do ano sem dívidas

Existem pessoas que parecem não conseguir viver sem dívidas. São aqueles que sempre estão com prestações atrasadas, cheque especial estourado ou com a conta corrente no vermelho. Nesse momento, é importante que essas pessoas liguem o sinal de alerta e busquem soluções para sair dessa situação.

A falta de dinheiro afeta muito mais do que o bolso da pessoa, ela pode ser causadora de stress, depressão, conflitos familiares e atrapalhar também a produtividade profissional. Por isso, ter disciplina nos gastos, planejamento financeiro, e organização são pontos fundamentais para trabalhadores que queiram viver sem dívidas.

Segundo o especialista Reinaldo Domingos “é muito comum escutar: ‘só consigo obter as coisas se fizer dividas’ e, infelizmente, isso é verdade para um grande número de pessoas, que fazem parte dos milhões de brasileiros endividados e que somente adquirem bens e produtos se contraírem prestações e financiamentos. Isso se deve a diversos motivos dentre os quais, a falta de educação financeira, além da facilidade de obtenção de crédito e o marketing publicitário, que cada vez é mais forte”. Um recente levantamento divulgado na última quinta-feira (25), pela Fecomércio de São Paulo, revelou que os vilões do endividamento são os financiamento de veículos (10%), crédito consignado (10%), cheque especial (10%), carnês (31%) e o grande campeão dos juros altos foi o cartão de crédito, com 68% dos endividamentos entre os trabalhadores.

Mais da metade das famílias endividadas asseguram na pesquisa ter entre 11% e 50% da sua renda comprometida com dívidas em fevereiro.
Reinaldo Domingos ressalta que se as pessoas endividadas agissem de forma diferente, certamente, teriam muito mais bens e ainda conseguiriam investir em sua independência financeira. “É fundamental ter em mente que, quem tem prestações tem dívidas, quem tem dívidas paga juros, quem paga juros conquista menos em sua vida. Portanto, o melhor a fazer é primeiro saber o quanto custa o que se quer adquirir, guardar parte do que se ganha e realizar muito mais sonhos e desejos”.

O consultor Gustavo Cerbasi, um dos principais especialistas em finanças pessoais do país, aponta que quando o assunto é dinheiro, muitas pessoas começam o ano preocupadas com os meses seguintes. Em alguns casos, a dificuldade em quitar as dívidas faz com que muitos profissionais procurem especialistas e planos para sua própria organização financeira. Nesse caso, a procura por livros, cursos e programas especializados em educação financeira podem colaborar as pessoas a colocarem suas finanças em ordem.

Veja 10 dicas, elaboradas por Gustavo Cerbasi, para a pessoa se organizar e chegar em dezembro de 2010 com as finanças sem dívidas:

1) Guerra contra as dívidas. Se você está devendo, não fique empurrando com a barriga. Reúna a família, discuta o problema e decrete guerra às dívidas;

2) Simplifique sua vida. Não abra mão do lazer para conseguir pagar suas contas. Prefira diminuir o padrão da casa ou do carro, preservando sua qualidade de vida;

3) Contas na ponta do lápis. É importante aprender a fazer uma planilha de gastos, mesmo que simples, para que você tenha uma noção clara de sua realidade financeira;

4) Simplifique o controle. Não queira assumir um controle fantástico de suas finanças. Costumamos desistir de tudo que rouba nosso tempo. Guarde comprovantes em uma pasta e estude seus gastos uma vez ao mês;

5) Evite compras a prazo. Tendemos a esquecer das prestações, motivo que nos leva ao cheque especial.

6) Antecipe grandes gastos. Todo ano temos Páscoa, Dia das Mães, dos Namorados, dos Pais, das Crianças e Natal, além dos aniversários. Se você sabe que terá grandes gastos nessas datas, comece a poupar para eles.

7) Crie uma reserva de emergências. Você deveria ter poupado dinheiro suficiente para três meses de seus gastos. Se não tem, comece a formar sua reserva agora.

8) Contrate um plano de previdência privada. Cuide de seu futuro, mas comece poupando pouco, pois nesse dinheiro você não deverá mexer.

9) Dedique uma ou duas horas por mês ao aprendizado. Pode ser pela Internet, jornais ou livros. Estude principalmente sobre investimentos e impostos, para aprender a melhorar suas escolhas.

10) Busque auxílio. Se alguma das dicas anteriores lhe parece impraticável, busque orientação de especialistas. O Your Life Finanças, por exemplo, é um dos serviços mais acessíveis do mercado para isso.

“É preciso conhecer o caminho do seu dinheiro, desde que entra em seu bolso no início do mês até o início do próximo, fazendo um bom diagnóstico financeiro”, complementa Reinaldo Domingos.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Casa Própria: Cuidados na hora de comprar o seu imóvel

Texto encontrado no site http://www.consorciodeimoveis.com.br
O sonho de possuir uma casa própria, saindo da casa dos pais, deixando de dividir a casa com parentes, amigos e, principalmente, deixando de pagar aluguel acompanha um grande número de brasileiros.
Contudo, a falta de um planejamento financeiro faz com que muitas vezes esse sonho se torne um verdadeiro pesadelo, levando a pessoa a um grande endividamento, que comprometerá o futuro financeiro dela e de sua família.
Assim, qual é a hora certa de comprar uma casa?
A resposta dessa pergunta é que essa aquisição só será possível quando a pessoa tiver total controle de suas finanças pessoais, podendo direcionar uma parte de sua receita para esse fim. Para isso é necessária uma posição pró-ativa perante o dinheiro, controlando os seus gastos, tomando as rédeas de sua vida financeira.
O primeiro passo é estabelecer qual o valor do sonho que deseja realizar. Assim tem que mentalizar qual é a casa que deseja comprar. Só com esse valor em mãos é que realmente se pode iniciar o controle das finanças, determinando o objetivo a ser atingido.
O próximo passo será a elaboração de anotações diárias com todos os gastos descriminados, esse material deve ser repassado para uma planilha, a partir da qual realizará uma análise mensal dos gastos, vendo onde esses são excessivos e o que pode ser feito para economizar.
São vários os exemplos para fazer economia: famílias que possuem dois carros, deixando um parado na garagem, podem vender um e se o carro for popular, além do valor da venda, economizará aproximadamente R$500,00 por mês de manutenção. E esse é apenas um caso.
É importante registrar que não basta somente guardar o valor total da casa, mas, também somar a este montante o valor da escritura, instalações, móveis, entre outros gastos. Também deverá ser verificado e estudado o entorno de onde se pretende comprar a nova casa, por um motivo simples: o custo de vida do local.
Geralmente se quer um lugar melhor e aí o custo do padrão de vida mais alto pode refletir, diretamente no orçamento financeiro, como exemplo custo da padaria, gasolina, açougue, condomínio, IPTU, entre outros.
Ainda do local, uma casa perto do local de trabalho é interessante, mas não fundamental. Atualmente, as pessoas mudam constantemente de emprego, assim você nunca saberá onde trabalhará no futuro. Um lugar bom hoje pode ser péssimo amanhã. O ideal e comprar uma casa em local de fácil acesso.
Não pense que as preocupações acabaram com a compra, sendo que é sempre importante lembrar que se a casa não for nova também cria a necessidade de reformas, por isso, antes da aquisição é preciso analisar o estado de conservação. Uma casa em estado péssimo de conservação com certeza representará custos, sendo que ninguém é feliz em uma casa caindo aos pedaços. O ideal é uma casa nova, caso não seja possível examine cuidadosamente suas instalações, antes de fechar o negócio.
Com a facilidade de crédito, com muitos anos para pagar, se criou um grande risco para famílias, visto que nossa população brasileira ainda não tem o hábito e a cultura de projetar em seu orçamento estas prestações.
É aconselhável que se faça uma simulação de financiamento,em algumas instituições financeiras de crédito habitacional e conhecendo o valor da prestação, deverá ser feito uma simulação inserindo este valor dentro do orçamento financeiro. Também pode-se optar por um consórcio de imóveis, fazendo a simulação e comparando as vantagens.
É muito importante registrar que nem sempre a melhor opção é trocar o aluguel pela prestação da casa própria, visto que o aluguel no Brasil vem sendo cada vez mais baixo em relação ao valor do imóvel, portanto muitas vezes é melhor conhecer o que iria pagar em um financiamento, continuar pagando aluguel e guardar a diferença entre a simulada prestação do financiamento, menos o valor do aluguel. Em um prazo menor que o financiamento você poderá adquirir a casa, pois, os juros estarão ao seu favor e não o contrário.
Assim, aproveitar as oportunidades oferecidas é muito bom, entretanto, isso só será realmente válido com muito cuidado, fazendo com que a decisão seja acertada e o sonho seja realmente realizado.

sábado, 20 de agosto de 2011

Resistir ao crédito fácil é fundamental para evitar efeito bola de neve nas dívidas

Colocar as contas no papel até que é uma atividade comum entre as famílias brasileiras. Mas nem todas seguem à risca o que está escrito. Água, luz, telefone, internet, aluguel, escola das crianças, alimentação, passeio no fim de semana, conserto do carro e pronto, o dinheiro foi embora. Para o que falta, cheque especial. Não tem? Cartão de crédito. E assim começa o calvário de 54% das famílias brasileiras: o endividamento que parece não ter fim.
 Com a melhora na economia do país, ficou mais fácil comprar com prazos a perder de vista. Mas a facilidade pode, logo, logo, se tornar um tormento. Por trás do parcelamento em dezenas de meses se escondem os juros e, pior, o comprometimento das receitas com despesas adicionais por um período extenso, o que, na ausência de planejamento, pode agravar a situação.
 Uma dica importante para evitar o efeito bola de neve nas contas, de acordo com a contadora Dora Ramos, é não ceder à tentação do crédito fácil, que, segundo ela, pode se tornar caro demais. De acordo com a contadora, é importante, antes de parcelar uma compra ou adquirir um empréstimo, avaliar a real necessidade de fazer isso. "Acredito que o mais importante é manter a possibilidade de obter o crédito quando ele realmente for necessário, num momento de real necessidade. Uma atitude precipitada no passado pode prejudicar a obtenção do crédito quando ele realmente for necessário", afirma Ramos.
 Na hora da crise
 Estar preparado para situações adversas também é fundamental. Mesmo quem mantém as contas no azul está, diariamente, sob o risco de entrar em crise. O motivo? Imprevistos. Ter receitas para cobrir as despesas não é o suficiente. Coisas como problemas de saúde ou reparos urgentes na casa ou no carro podem desequilibrar orçamentos que vivem no limite. Por isso, a recomendação é ter reservas. E reservas com fins bem planejados.
 "Sem dúvida, a poupança é uma saída. Mas, para que seja uma saída eficiente, é preciso pensar, prever quais seriam as despesas imprevistas", afirma Dora Ramos. Segundo a contadora, "uma poupança aleatória pode não ser suficiente, uma poupança consciente e segura só será possível através de planejamento, até para que se possa decidir qual o tipo de poupança deve ser feita".
 Família unida
 Em se tratando da família, a concentração da responsabilidade no pai ou na mãe, certamente, vai ser um problema em um momento de crise. "Se os familiares não sabem a situação financeira e porque estão guardando dinheiro, eles vão querer comprar tudo que têm vontade", afirma Reinaldo Domingos, autor do livro Terapia Financeira. De acordo com ele, "a tomada de decisão em conjunto fará com que as privações sejam aceitas e que os objetivos sejam os de todos, e não apenas de uma pessoa".
 Para Dora Ramos, "uma família que consegue fazer planejamento financeiro, atua de forma mais consciente" e todos os membros da família aprendem a importância de ter as contas organizadas. "É praticamente impossível um planejamento financeiro familiar que não envolva ou afete todos os membros da família. Enfim, pode ser o princípio de atitudes mais conscientes como cidadãos", afirma a contadora.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Educação financeira e incentivos

“Os incentivos são a pedra de toque da vida moderna. Entendê-los – ou, na maior parte das vezes, investigá-os – é a chave para solucionar praticamente qualquer enigma, dos crimes violentos à trapaça nos esportes ou ao namoro na internet.”  Steven Levitt

A economia como ciência, embora não tenha alcançado, ainda, a maturidade que se verifica nas ciências exactas, tem registado progressos consideráveis em termos metodológicos e relaxamento dos pressupostos básicos tais como o princípio da racionalidade. Um dos aspectos que pode-se citar para justificar essa opinião é o contributo dado pela economia comportamental. Essa corrente da economia tem utilizado os recursos da psicologia para entender o comportamento dos agentes económicos e fornecer bases psicológicas mais realistas para entender o processo decisório dos consumidores e produtores.
Defende-se que o comportamento dos consumidores é moldado pelos diferentes incentivos que existem na sociedade e somos previsivelmente irracionais nas nossas decisões. O comportamento não é aleatório mas sim sistemático e pode-se criar mecanismos de incentivo para permitir melhores decisões.
Geralmente os agentes económicos não têm consciência da sua limitada racionalidade e não conseguem melhorar a sua situação, ficando em condições sub-otimas. Esse problema surge principalmente quando os consumidores não possuem maturidade emocional suficiente para resistir o apelo ao consumo de luxo e supérfluo, tornando-se prezas fáceis para as empresas de marketing e do padrão de consumo supérfluo da sociedade globalizada.
Uma consequência do processo da Globalização é a mudança nos hábitos de consumo, mundialização do padrão de consumo e homogeneização da “referência de escolha” de produtos pelos consumidores. Diversos países, embora sendo pobres, apresentam um padrão de consumo semelhante a países já desenvolvidos isto é, usufruem dos mesmos bens de consumo da classe média de países ricos, ostentando os mesmos carros, computadores, roupas, electrodomésticos, casas, alimentação etc, sem terem a noção da diferença absurda do esforço relativo que tem de fazer para obter esses bens em comparação com os países ricos.
Esse padrão de consumo é divulgado pela mídia e torna-se referência para a maior parte da população. Uma vez adoptado o hábito de consumo torna-se difícil de abrir mão dele. Também, sendo na sua grande maioria bens de consumo importado, tem pouco contributo para o processo de acumulação de capital e portanto limita o crescimento económico do País.

A educação financeira permite ter capacidade de resistir ao consumo supérfluo imediato e está condicionada á estrutura de incentivos que a sociedade apresenta. Deve-se garantir que as decisões de investimento/gasto sejam feitas de forma racional em vez de serem determinadas por factores emocionais tais como a vaidade, ostentação, desejo e impulso. Neste contexto é imprescindível a criação de incentivos económicos, sociais, morais etc que possa orientar a população no processo de decisão.
O contacto mais frequente com a propaganda, facilitada pela globalização, tem moldado o padrão de consumo e criado habitos de compra nitidamente insustentáveis porém, altamente aliciante e viciante. O comportamento de compra desenfreada de bens de consumo de luxo (entendendo como luxo os bens que participam de forma significativa no orçamento familiar) é fortemente incentivado pelo padrão moral/cultural da nossa sociedade que, nitidamente, valoriza o “ter” e o “parecer” em detrimento do “ser”. Levando as famílias a sobre-investimentos em bens de consumo (ex: casas e carros) o que, por sua vez, limita o desenvolvimento do País.
Esta situação, na ausencia de mecanismos económicos de regulação tende a criar um circulo vicioso em que se satisfaz o ego e a vaidade porém, compromete o desenvolvimento da sociedade.
A estrutura dos incentivos na sociedade é fundamental para contornar esta situação e por isso é urgente analisar uma engenharia de incentivos eficiente que possa moldar o comportamento racional dos agentes económicos e permitir a acumulação de capital.
Uma sugestão interessante e que foi adoptada em vários países vem da politica fiscal especificamente, da tributação patrimonial. A efectiva tributação do património é um excelente estabilizador automático da economia e tem o poder de moldar o comportamento e a racionalidade dos consumidores. Nesta actual conjuntura nacional a tributação patrimonial é, sem dúvida, o mecanismo mais eficiente e sustentável para aumentar a educação financeira e garantir a prosperidade nacional.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Comprar ou alugar imóvel?

As pessoas sempre pensam que o imóvel valoriza. Essa é uma armadilha psicológica” Mauro Calil



SÃO PAULO – O que é mais vantajoso: comprar ou alugar um imóvel? Para os especialistas ouvidos pela InfoMoney, mais do que responder a esta questão, o mais importante é livrar-se das armadilhas financeiras que as duas ações podem ter.
Por isso, é importante ficar atento à leitura dos contratos, de compra ou de aluguel, e às condições dos imóveis. E ainda adequar as suas necessidades à sua renda.
Perigos na hora da compra
Comprar um imóvel significa, para muitos brasileiros, comprometer a renda por um período muito longo. “Essa é a principal armadilha quando se pensa em comprar um imóvel: dar um passo maior do que as pernas”, afirma o educador financeiro Álvaro Modernell.
Ele reforça que o comprometimento da renda da família com o financiamento da casa não deve ultrapassar os 30%. Para o educador financeiro Mauro Calil, o importante é ficar atento aos juros desses financiamentos. “O preço pago pelo imóvel é aquele que sai do seu bolso”, afirma.
Para Calil, um imóvel anunciado por R$ 200 mil acaba saindo por R$ 400 mil com o financiamento. E quando o mutuário revende a unidade por R$ 400 mil, acredita que ganhou 200 mil. “No final das contas ele não ganhou nada”, conclui. Esse aumento no valor não deve-se, contudo, apenas aos juros, embora eles representem boa parte do preço que o consumidor paga.
O educador reforça que existem outros elementos que elevam a conta final. “Você vai pagar cartório, despesas ligadas à transação, taxas”, diz. “E antes de fechar o negócio, você já teve despesas com pessoal para analisar o contrato”. Entram na conta despesas com certidões, ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis), registros e até taxa de avaliação.
A questão da valorização foi lembrada pelos especialistas. “A questão da localização do imóvel é importante, porque o bairro pode valorizar, mas também desvalorizar o imóvel”, afirma Modernell. “Essa é uma armadilha psicológica. As pessoas sempre pensam que o imóvel valoriza”, afirma Calil. “O que valoriza um imóvel é o desenvolvimento do bairro ao seu redor. Se este bairro já estiver formado, provavelmente seus preços já estão próximos do pico com baixo potencial de elevação”, explica o educador.
“Como todo contrato de longo prazo, existem riscos macros e familiares”, ressalta Modernell. Na esfera macro, a economia local pode não crescer como o esperado, impactando no mercado de trabalho e fazendo o mutuário ter menos crédito e, até, perder o emprego. Esses riscos, avalia o educador, devem ser levados em conta. “Se você fica sem pagar o financiamento, além da dívida, pode perder o imóvel”, conclui Calil.
Perigos na hora de alugar
Na hora de alugar um imóvel, as principais armadilhas financeiras podem estar nas contas feitas pelos inquilinos. “É preciso ponderar os gastos, que não são somente do aluguel”, afirma Modernell. Segundo ele, o mais importante é colocar tudo no papel, lembrando que o comprometimento da renda com a locação não deve ultrapassar os 30%.
Nessa conta, avalia o educador, devem entrar o valor do condomínio e o valor do estacionamento, caso o imóvel não tenha garagem.
Por isso, alerta Modernell, é importante avaliar o custo-benefício e adequá-lo às necessidades e ao bolso de quem procura um imóvel para alugar. Para ele, no fim das contas, deixar de ler atentamente o contrato pode ser uma das principais armadilhas na transação.
Todas as contas feitas pelos educadores não significam que comprar um imóvel seja menos vantajoso que alugar. Cada um deve pensar qual opção pode ser mais vantajosa de acordo com a situação econômica na qual se encontra.
“Quem não tem imóvel deve alugar de quem tem para morar. E quem não tem dinheiro deve alugar dinheiro de quem tem para satisfazer seu desejo de comprar”, afirmou Calil. “A cultura do brasileiro diz que aluguel é dinheiro jogado fora. Se você acredita nisso, então escolha o menor desperdício”, reforça. "Você pode ter seu imóvel. Escolha o caminho mais fácil para isso sem cair na armadilha das falsas crenças", ressalta Calil.