terça-feira, 12 de abril de 2011

Educação financeira como caminho para a prosperidade

A ideia de que a prosperidade começa com o controle do fluxo de caixa tem sido comprovada pela história de famílias, de empresas e até de governos. Cada dia que passa estamos sendo confrontados com a necessidade de conhecimentos mais apurados sobre temas ligados a finanças tais como orçamento, activo, passivo, fluxo de caixa, balança patrimonial, poupança, juros e investimento. Aumentar a literacia financeira é condição necessária para a sobrevivência de muitas famílias e empreendedores. O estado tem grande responsabilidade nesse processo pelo facto de que na nossa sociedade existe uma carência de oportunidades tanto formais como informais para aumentar a educação financeira da população.
A educação financeira basicamente tem como objectivo desenvolver a competência em lidar com o dinheiro, evitando atitudes precipitadas ou emocionais na hora de investir.

O assunto “dinheiro” tem sido ignorado em todas as esferas da sociedade e muitos adultos tem demonstrado limitada maturidade para lidar com o “dinheiro”.
As opções das famílias na hora de fazer investimentos são determinantes na melhoria da qualidade de vida das mesmas no futuro. Da mesma forma, a prática de re-investimento é determinante na melhoria da competitividade e sobrevivência da empresa e, também, as opções de investimento do governo podem condicionar o desenvolvimento sustentável do país, ao desviar recursos escassos para empreendimentos que não estão relacionados a bens de capital que possam melhorar a competitividade do país ou gerar efeitos multiplicadores na economia.
A limitada racionalidade e pouca inteligência financeira tem padronizado o investimento das famílias á imitação das opções dos vizinhos, sem uma análise prévia e racional, gerando um circulo vicioso de ineficiências perpetuado por uma espécie de externalidade negativa que não condiz com os princípios de “liberdade de escolha” dos indivíduos. Muitas vezes é notório o equívoco cometido no investimento de famílias, empresas e inclusive governos, confundindo passivo com activo, isto é, fala-se frequentemente em fazer “investimento” na casa própria ou num automóvel e até infra-estruturas, sendo que na contabilidade patrimonial esses bens são considerados muitas vezes como passivos e nos deixam mais pobres porque aumentam as nossas despesas mensais (com prestações nos bancos, impostos, combustíveis, manutenção etc) sem uma correspondente contrapartida em receitas. Portanto, não tem nada de inteligente manter um activo que só provoca despesas no fluxo de caixa.

O aumento de casos de famílias em situação na qual são incapazes de pagar suas dívidas com o rendimento familiar disponível devido á escolha errada das opções de investimento tem levado á semi-marginalidade de grande parte da classe média, com perdas na capacidade de consumo, perda de qualidade de vida, stress financeiro que traz problemas mentais, emocionais, perda de laços sociais entre outros problemas nos leva a insistir sobre a urgência de se aumentar a inteligência financeira da população tendo em vista o aumento do crédito fácil, maior disponibilidades e variedades de produtos financeiros (Ex: micro-crédito), pouco conhecimento da população sobre assuntos financeiros, má gestão de finanças pessoais e familiares, pressão financeira inesperada etc.
Não tenho dúvida de que melhorar a inteligência financeira é fundamental para o desenvolvimento económico do país. Neste sentido, é de todo interesse da nação o governo se preocupar com a educação financeira da população, encarando esta tarefa como condição essencial para alcançar maior prosperidade de famílias, empresas e do país e provavelmente um dos instrumentos mais eficazes no combate á pobreza e sustentabilidade do desenvolvimento País.

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