Antonio
Baptista
Em muitos países não
existem oportunidades formais para se aprender a lidar com o dinheiro. A
responsabilidade de ensinar educação financeira recai sob a família (que por
vezes nem têm ideia por onde começar e como implementar a educação dos filhos).
A semanada é o principal instrumento para se ensinar as crianças a tomarem
decisões informadas com o dinheiro e aumentar as chances de sucesso na vida
adulta porém, existem regras a serem seguidas para que possa surtir efeito. O
assunto “Educação Financeira” ainda é desconhecido entre nós e carece de muito
material de apoio e consensos sobre o que deve ser ensinado e como ensinar entretanto,
algumas regras práticas devem ser consideradas para termos sucesso. A regularidade, o montante fixo, a autonomia
das crinças nas decisões de gastos e o uso (para satisfazer desejos) foram algumas
das dicas sobre a semanada que tinhamos abordado nos posts anteriores.
A semanada deve
fazer parte de um projeto mais amplo que é desenvolver a educação financeira
nas crianças. Ela não pode estar isolada do contexto global em que a criança
deva ter noção de que além de poupar, deve-se saber ganhar, gerir, gastar e
doar. Neste contexto a dica é:
Dica 6 - Torne o hábito da poupança em um “jogo
familiar”; estabeleça metas de consumo de energia, água, comida etc., e comprometa
toda a família nestes projetos/jogos. É importantíssimo que a familia comemora
as conquistas de redução de gastos alcançados. Para tanto, deve-se estabelecer
metas (que serão divulgadas, medidas e que são alcançaveis no curto, médio e longo
prazos) e atribuir tarrefas e atividades para todos os membros da família. A
família deve-se reunir regularmente para analisar/avaliar os resultados alcançados
e corrigir estratégias, se necessário.
Sempre que possível
a criança deve ser envolvida nas decisões financeiras. Ela deve ser estimulada
a participar na elaboração do orçamento familiar, ajudar nas compras, fazer
lista de supermercado e colaborar na redução do desperdicio de comida,
electricidade, agua, material escolar etc etc. Por exemplo, a família pode
estabelecer como objectivo: reduzir a conta da electricidade, agua, internet
etc e o valor poupado pode ser usado para (uma parte para as crianças, como
incentivo) fazer algo divertido (ex: convivio familiar). Estes “jogos”
familiares podem ser muito atraentes para as crianças e é uma forma de participarem
na redução do desperdicio, construção da poupança da familia e ainda por cima,
podem aumentar o seu beneficio financeiro. Tornando estas atividades um hábito/jogo
familiar, pode-se ter uma excelente oportunidade para as crianças ganharem
competências em todas as dimensões da educação financeira (ganhar – ela vai
entender que o trabalho é que garante o dinheiro da familia; gerir – vai
aprender a fazer escolhas e reduzir desperdicios; poupar – vai aprender
que através da poupança pode-se realizar sonhos e ter beneficios; investir -
vai aprender a diferenciar o que é necessário e o que é desejo e, fazer
escolhas inteligentes. Também pode aprender a doar parte do que tem,
sentir que faz parte de um “time” e que só tem ganho, se todos ganharem e, que
todos tem papel importante a desempenhar etc.
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