terça-feira, 14 de julho de 2020

Oito dicas para educar com a semanada (6/8)


Antonio Baptista
Em muitos países não existem oportunidades formais para se aprender a lidar com o dinheiro. A responsabilidade de ensinar educação financeira recai sob a família (que por vezes nem têm ideia por onde começar e como implementar a educação dos filhos). A semanada é o principal instrumento para se ensinar as crianças a tomarem decisões informadas com o dinheiro e aumentar as chances de sucesso na vida adulta porém, existem regras a serem seguidas para que possa surtir efeito. O assunto “Educação Financeira” ainda é desconhecido entre nós e carece de muito material de apoio e consensos sobre o que deve ser ensinado e como ensinar entretanto, algumas regras práticas devem ser consideradas para termos sucesso.  A regularidade, o montante fixo, a autonomia das crinças nas decisões de gastos e o uso (para satisfazer desejos) foram algumas das dicas sobre a semanada que tinhamos abordado nos posts anteriores.

A semanada deve fazer parte de um projeto mais amplo que é desenvolver a educação financeira nas crianças. Ela não pode estar isolada do contexto global em que a criança deva ter noção de que além de poupar, deve-se saber ganhar, gerir, gastar e doar. Neste contexto a dica é:

Dica 6 - Torne o hábito da poupança em um “jogo familiar”; estabeleça metas de consumo de energia, água, comida etc., e comprometa toda a família nestes projetos/jogos. É importantíssimo que a familia comemora as conquistas de redução de gastos alcançados. Para tanto, deve-se estabelecer metas (que serão divulgadas, medidas e que são alcançaveis no curto, médio e longo prazos) e atribuir tarrefas e atividades para todos os membros da família. A família deve-se reunir regularmente para analisar/avaliar os resultados alcançados e corrigir estratégias, se necessário.

Sempre que possível a criança deve ser envolvida nas decisões financeiras. Ela deve ser estimulada a participar na elaboração do orçamento familiar, ajudar nas compras, fazer lista de supermercado e colaborar na redução do desperdicio de comida, electricidade, agua, material escolar etc etc. Por exemplo, a família pode estabelecer como objectivo: reduzir a conta da electricidade, agua, internet etc e o valor poupado pode ser usado para (uma parte para as crianças, como incentivo) fazer algo divertido (ex: convivio familiar). Estes “jogos” familiares podem ser muito atraentes para as crianças e é uma forma de participarem na redução do desperdicio, construção da poupança da familia e ainda por cima, podem aumentar o seu beneficio financeiro. Tornando estas atividades um hábito/jogo familiar, pode-se ter uma excelente oportunidade para as crianças ganharem competências em todas as dimensões da educação financeira (ganhar – ela vai entender que o trabalho é que garante o dinheiro da familia; gerir – vai aprender a fazer escolhas e reduzir desperdicios; poupar – vai aprender que através da poupança pode-se realizar sonhos e ter beneficios; investir - vai aprender a diferenciar o que é necessário e o que é desejo e, fazer escolhas inteligentes. Também pode aprender a doar parte do que tem, sentir que faz parte de um “time” e que só tem ganho, se todos ganharem e, que todos tem papel importante a desempenhar etc.

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