Muitos consumidores não possuem maturidade emocional suficiente
para resistir ao apelo do consumo de luxo e supérfluo, tornando-se presas
fáceis para as empresas de marketing e do padrão de consumo da sociedade globalizada.
Algumas das consequência do processo da Globalização são, a
mudança nos hábitos de consumo, a mundialização do padrão de consumo e a homogeneização
da “referência de escolha” de produtos pelos consumidores. Diversos países,
embora sendo pobres, apresentam um padrão de consumo semelhante aos países já
desenvolvidos isto é, usufruem dos mesmos bens de consumo da classe média de
países ricos, ostentando os mesmos carros, computadores, roupas, eletrodomésticos,
casas, alimentação etc, sem terem a noção da enorme diferença em termos do
esforço relativo que tem de fazer para obter esses bens, em comparação com os
países ricos (ex: um carro nos EUA pode custar 1 salario-mínimo mas em cabo
Verde este mesmo caro custa 30 salarios-mínimo isto é, para termos um mesmo bem
o nosso esforço é 30 vezes maior).
O padrão de consumo é divulgado pela mídia e torna-se referência
para a maior parte da população. Uma vez adotado o hábito de consumo, torna-se
difícil de abrir mão dele.
A educação financeira permite ter capacidade de resistir ao
consumo supérfluo imediato e, está condicionada á estrutura de incentivos que a
sociedade apresenta. Infelizmente, muitas decisões de gasto são determinadas
por fatores emocionais tais como a vaidade, a ostentação, o desejo e o impulso.
Neste contexto é imprescindível a criação de incentivos económicos, sociais,
morais etc que possam orientar a população no processo de decisão.
O contacto mais frequente com a propaganda, facilitada pela
globalização, tem moldado o padrão de consumo e criado hábitos de compra
nitidamente insustentáveis porém, altamente aliciante e viciante. O
comportamento de compra desenfreada de bens de consumo de luxo é fortemente
incentivado pelo padrão moral/cultural da nossa sociedade que, nitidamente,
valoriza o “ter” e o “parecer” em detrimento do “ser”. Levando as famílias a
sobre-endividamentos com compras de bens de consumo duráveis (ex: casas e
carros) o que, por sua vez, limita o desenvolvimento do País.
Esta situação, na ausência de mecanismos económicos de regulação
tende a criar um círculo vicioso em que se satisfaz o ego e a vaidade porém,
compromete o desenvolvimento da sociedade.
Muito bem dito. É preciso que nós mudemos o nosso mau comportamento como consumidores.
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