“O
amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”
Bíblia Sagrada (Timóteo
6:10)
Toda a moderna teoria económica está assente
na capacidade de auto-regulação, perfeição do sistema de mercado e no princípio
da racionalidade dos agentes económicos. Não precisamos fazer muito esforço
para deixar evidente o facto de que existem falhas no sistema de mercado e
muitas pessoas apresentam limitada
racionalidade. O aspecto preocupante é que essa situação é mais
regra do que excepção.
Todos os indivíduos são susceptíveis a influências do ambiente
que nos rodeia (efeitos do contexto), a emoções irrelevantes, à imprevidência e
a outras formas de irracionalidade que condicionam a sua capacidade de tomar
decisões correctas em termos da utilização dos escassos recursos.
A existência de falhas de mercado
relacionadas com a racionalidade limitada dos agentes económicos, informação
incompleta, externalidades, assimetria de informação entre outras, tem
justificado a necessidade de regulação económica como forma de alcançar maior
eficiência nos mercados.
A racionalidade limitada, a informação
imperfeita, influência das técnicas de vendas modernas, marketing e facilidades
de crédito pode levar a decisões pouco racionais ou ineficientes na afectação
de recursos, gerando externalidades negativas e ineficiências no mercado.
Frequentemente, os consumidores ditos “livres” e soberanos mas, ignorantes em
termos financeiro - devido á racionalidade limitada e informação incompleta -
são levados a um nível de endividamento insustentável. Esta situação requer
maior regulação no mercado de crédito no sentido de proteger a economia e
permitir maior eficiência na utilização dos recursos e evitar a situação de
imparidades/inadimplência que cada ano tem aumentado no País.
A pouca inteligência financeira e a limitada
racionalidade tem padronizado o investimento das famílias á imitação das opções
dos vizinhos, sem uma análise financeira intertemporal prévia. Essa situação é
nitidamente uma situação característica da “falha de mercado”, no sentido de
que as opções individuais estão de certa forma condicionadas pela escolha dos
vizinhos. É uma espécie de externalidade que pode ser negativa, caso a escolha
de investimento - ao seguir a maioria - lhe deixar mais pobre.
Infelizmente, muitas pessoas fazem escolhas
pobres na selecção dos investimentos, dificultando o alcance de um melhor
desempenho da economia. Esta situação não é desejável porque se trata
nitidamente de uma situação sub-ótima e requer mecanismos e incentivos para
levar a economia a uma situação de melhor ambiente de negócios no mercado.
A crise financeira de 2008 alertou para a
necessidade de maior regulação nos mercados financeiros e da disponibilidade de
maiores informações para dar suporte às decisões dos agentes económicos.
A habilidade financeira, nos dias de hoje, é
uma competência que precisa ser melhorada para que os cidadãos comuns tomem
melhores decisões. Portanto, a educação financeira da população é um dos
melhores instrumentos para a regulação económica ao mesmo tempo que a regulação
do mercado de crédito ajuda na melhoria da educação financeira.
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